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Foto do escritorAdriana Chalela

TEA e a Apraxia da Fala na Infância

Vivemos em uma sociedade centrada na fala como forma principal de comunicação. Embora não seja a única maneira de se comunicar, é inegável a importância que a fala possui em nosso cotidiano. No entanto, quando falamos de autismo, a questão da comunicação e interação social se torna um dos pilares diagnósticos. A Apraxia da Fala Infantil (AFI) pode ser uma comorbidade nesse contexto, o que por vezes gera confusão no diagnóstico. Nem todos os autistas terão AFI, mas é uma comorbidade possível que deve ser investigada se houver indícios ou sinais.


A Apraxia da Fala Infantil não é exclusiva do TEA, é um distúrbio neurológico que interfere na produção precisa de consoantes e vogais. Esse distúrbio decorre de déficits na consistência e precisão dos movimentos necessários para a fala, sem, no entanto, envolver déficits neuromusculares.


O principal desafio é a dificuldade perceptível em planejar os movimentos musculares necessários para a fala. Isso acontece quando o cérebro enfrenta problemas em coordenar os movimentos e tempo necessários para produzir sons de forma precisa e sincronizada, um processo que se dá em frações de segundos. Em crianças com AFI, esse planejamento e execução são afetados, resultando na redução da capacidade de produzir sílabas e palavras corretamente.



 

Alguns sinais indicativos de AFI incluem:

  • Produção inconsistente de consoantes e vogais, resultando na pronúncia variada de uma mesma palavra, como "abelha" pronunciada como "abeia" ou "abea".

  • Acentuação inadequada, afetando a entonação da fala e levando a uma fala mais mecânica, como pronunciar "bola" como "bolá".

  • Pausas indevidas entre sons e sílabas, como em "que....ro!"

O diagnóstico de AFI é realizado por um fonoaudiólogo especializado em linguagem infantil, motricidade orofacial e distúrbios motores da fala. Esse diagnóstico é feito por meio de uma avaliação detalhada da linguagem oral, aspect


os fonéticos, maturidade simbólica, além de investigações sobre coordenação motora, hábitos alimentares e integração sensorial.


Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as possibilidades de progresso. A AFI, quando coexistente com o TEA, torna mais desafiadora a aquisição da fala. No entanto, um diagnóstico diferencial preciso é fundamental para um plano de intervenção adequado, considerando as diversas necessidades de aquisição de linguagem.



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